Autoria de Caravaggio. Data: 1601–1602.
Técnica: Óleo sobre tela. Dimensões: 107 cm × 146 cm. Encomendador: Vincenzo
Giustiniani. Localizaçã: Bildergalerie, Potsdam, Alemanha.
A famosa pintura do mestre do barroco
italiano, Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio, um dos mais notáveis
pintores italianos, atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e
1610. Seu trabalho exerceu influência importante no estilo barroco, estilo do
qual foi o primeiro grande representante.
A pintura foi criada por volta de
1601–1602. É mantida em Bildergalerie, uma antiga galeria de arte e agora um
museu, em Potsdam, Alemanha.
DESCRIÇÃO
A pintura mostra o episódio que deu
origem ao termo "Dúvida de Tomé", que é formalmente, conhecido como a
Incredulidade de Tomé, este episódio esteve, frequentemente, representado na
arte cristã desde pelo século V e costumava ter uma variedade de pontos
teológicos.
As quatro figuras, Tomé, Jesus e os
outros apóstolos, estão montadas em um fundo neutro e escuro. Essa opção
permite focar a atenção do espectador na cabeça de Tomé, enquanto a luz ilumina
a testa, o perfil e o lado claro de Cristo. Além disso, o enquadramento permite
fixar a atenção na atitude temerosa e duvidosa de Tomás, consolada por Cristo a
quem ele se opõe à cabeça, abaixo, com respeito à Sua, acima. O arranjo cruzado
estreito das quatro cabeças e o triângulo dos olhos, com o ápice no gesto de
Thomas, permite uma concentração emocional adicional do olhar do espectador,
que não pode deixar de focar no ponto do 'drama': a revelação da presença real,
em carne e ossos de Jesus O pintor mostra o apóstolo Tomé colocando um dedo na
ferida do lado de Jesus, de acordo com uma tradição iconográfica específica, com dois outros apóstolos assistindo a cena.
Caravaggio, na dimensão horizontal da
tela, "fotografa" o momento do toque em uma moldura de três quartos,
onde as quatro figuras estão dispostas em um fundo neutro e escuro.
Em 1606, o banqueiro Vincenzo
Giustiniani referiu-se à obra em uma cópia presente em Gênova, vinte anos
depois a pintura foi mencionada na coleção de Giustiniani, o que sugere que foi
o próprio banqueiro quem encomendou o trabalho, essa hipótese é dada como certa
por certo número de fontes.
Entre outras coisas, o realismo
sombrio do trabalho só poderia ter sido bem recebido por um dos maiores
defensores de Caravaggio, o Giustiniani. Após a dispersão da coleção de
Giustiniani, a pintura chega à Prússia e é comprada pelo Estado em 1816, sendo
posteriormente transferida para o Castelo Charlottenburg e para a Bildergalerie
de Potsdam, onde hoje está localizada.
SOBRE A INCREDULIDADE DE TOMÉ NA
BÍBLIA
De acordo com o Evangelho de São João,
Tomé, o Apóstolo, duvidou das Aparições de Jesus após a ressurreição e disse:
"Se eu não vir em suas mãos o sinal dos cravos, e não puser o meu dedo no
lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum hei de
crer".
Oito dias depois estavam outra vez os
seus discípulos juntos, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando às portas
fechadas, e apresentou-se no meio. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e
vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas
incrédulo, mas crente. Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!
Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não
viram e creram.